Terapia de Reposição Hormonal após menopausa
Uma dúvida frequente que sempre chega ao endocrinologista é sobre a terapia de reposição hormonal na menopausa. Já é amplamente conhecida a queda dos níveis de estradiol ao longo dos anos, com declínio mais significativo após a menopausa.
Conceitualmente, menopausa é a interrupção menstruação por falência ovariana e pode ser primária ou secundária. O período próximo à última menstruação (perimenopausa) é quando se iniciam os sintomas desta queda hormonal.
Cerca de 80% das mulheres neste período apresentam os intomas típicos: fogachos (ondas de calor), sudorese, rubor facial, ressecamento vaginal, dispareunia, disúria e infecção urinária de repetição. No entanto, apenas 25% delas procuram uma avaliação médica por estes sintomas. A duração dos sintomas é bastante variável, podendo chegar até a 10 anos em algumas exceções, mas habitualmente não passam de 7,5 anos. Os fatores de risco para os sintomas, tanto em prevalência quanto em intensidade são precocidade da menopausa, tabagismo, obesidade, sedentarismo, raça negra ou hispânica, estresse, ansiedade e depressão.
Há muitos debates entre endocrinologistas sobre a terapia ideal: se, quando e como. As diversas sociendades, de modo geral concordam em alguns pontos: tratar apenas se houver sintomas significativos e quanto mais precoce, menor a dose e por menos tempo, melhor.
Entre a opções de tratamento estão as reposições hormonais (estrógenos isolados sistêmicos, estrógenos com progestágenos sistêmicos, estrógenos transdérmicos, estrógenos vaginais), medicações não hormonais (inibidores da recaptação da serotonina, gabapentinóides) e medidas não farmacológicas (acumpultura, mudanças do hábito de vida, lubrificantes).
Sobre as indicações de tratamento, o endocrinologista deve sempre discutir os benefícios e malefícios com a paciente, para que conjuntamente definam qual a melhor conduta. O tratamento hormonal reduz em média em 75% a incidência de todos os sintomas (tanto em frequência quanto em intensidade), assim como a incidência de fraturas osteoporóticas. A melhora dos sintomas já se inicia cerca de 2 semanas após o iníico do tratamento.
De modo geral, mulheres com mais de 60 anos correm maior risco de apresentar as complicações dos tratamentos hormonais, que são doenças cardiovasculares, eventos tromboembolicos e câncer de mama. Desta forma, quanto maiores os fatores de risco (doenças preexistentes e idade avançada), mais as terapias que oferecem menores doses hormonais ou efeitos mais restritos (gel vaginal, por exemplo) serão priorizadas.
O momento ideal de suspender o tratamento ainda é incerto e cerca de 50% das mulheres voltam a apresentar sintomas após a suspensão. Quando necessário, pode ser tentada uma redução gradual da dose durante 3 a 6 meses, para tentar minimizar estes efeitos.
A seguir estão quadros recentemente publicados na revista New England em 30 de janeiro de 2020 que podem ajudar o endocrinologista a conduzir estes casos de TRH na menopausa.
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Henrique Najar