Impacto do diabetes e pré-diabetes na sobrevida da população
O diabetes é umas das doenças mais comuns da população mundial, caracterizada por um metabolismo inadequado da glicose. Já se sabe que está associado a várias complicações que impactam na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes. Além disso, por ser uma doença muitas vezes silenciosa e assintomática na fase inicial, muitas pessoas desconhecem que tem a doença e/ou não se sentem motivadas para seguir as recomendações médicas, principalmente quando se fala em mudanças do hábito de vida.
Um artigo publicado neste mês na revista Diabetes Care compara a mortalidade entre pessoas sem diabetes, com pré-diabetes e com diabetes tipo 2.
Foram acompanhados durante 5-6 anos e analisados os dados de 5791 idosos (66-90 anos), que foram divididos nos seguintes grupos: sem diabetes, com pré-diabetes, com diabetes recém diagnosticado (<1 ano), com diabetes de curta duração (entre 1 e 10 anos) e com diabetes de longa duração (>10 anos).
Os resultados encontrados mostraram que a mortalidade total foi apenas ligeiramente aumentada no grupo com pré-diabetes (comparando com o grupo sem diabetes), mas houve um aumento de 100-150% nos portadores de diabetes, principalmente os de longa data.
Analisando apenas as causas cardiovasculares de mortalidade, que são aquelas mais vinculadas ao metabolismo inadequado da glicose, o resultado foi ainda mais expressivo: um idoso com diabetes há mais de 10 anos tem 3 vezes mais chance de falacer no próximo ano do que aqueles que não possuem a doença ou que possuem apenas o estágio intermediário (pré-diabetes).
Um dado interessante foi que tanto para todas as causas de mortalidade, quanto para as causas cardiovasculares, o grupo de diabetes recém diagnosticado (menos de 1 ano de diagnóstico) apresentou uma mortalidade maior do que aqueles que já têm a doença há mais de 1 ano, mas há menos de 10 anos.
Este artigo reforça a importância de se prevenir o diabetes, mas vai além e deixa claro que um diagnóstico e medidas precoces podem minimizar a progressão do pré-diabetes, mantendo a mortalidade destes pacientes bem próxima à daqueles que não tem a doença.
Desta forma, sempre que houver alterações em exames de rotina, sintomas sugestivos, história familiar ou outros fatores de risco para diabetes como obesidade, não deixe de consultar com um endocrinologista.
Henrique Najar
Referência: Diabetes Care 2020 Feb; 43(2): 382-388.
Caso precise de um endocrinologista em Belo Horizonte, não deixe de entrar em contato.